

O mar sempre foi o grande mistério
Imensidão onde acontecem coisas que ninguém acredita. Coisas que somente uns poucos que se aventuraram ao largo viram. Até usamos o termo “conversas de pescador” para falar destas histórias que beiram ao inacreditável. Quer melhor contador de histórias do que um velho marinheiro que tenha navegado pelos sete mares?
Você já viu uma sereia?
Já enfrentou um mar em fúria?
Você já presenciou objetos luminosas emergirem de dentro do mar e saírem voando em alta velocidade?
Uma vez vi um tubarão enorme, tão grande que mordeu e arrancou um pedaço da popa do barco, tão grande quanto um megalodon!
Acordei em frente à uma passagem entre montanhas. Nas laterais tinham estátuas de tamanhos colossais e eu soube, de alguma maneira, que ali era um portal e as estátuas tinham sido esculpidas por uma antiga raça de gigantes.
Histórias que não tem como se provar e nem como se confirmar. São fascinantes, isso é certo, pois mexem com o imaginário e o medo presentes em todo mundo. Simplesmente vivemos a vida dessa maneira. Aceitamos ou negamos sem nenhuma comprovação científica. Sem provas? Sem revisão entre pares? Pode isso Arnaldo?
Ou melhor – Não acredito em nada do que esses caras falam… mas temos o problema de que eles sempre falaram disso desde sempre, desde a antiguidade até os dias de hoje.
E quando for a nossa vez de fazer a mais importante travessia, a travessia desta imensidão em direção às terras distantes, desconhecidas e tanto prometidas? Ou seriam outras tantas dimensões? Deixarei, sem medo de me apegar, tudo que vivi para trás? Todos os meus erros e acertos? Pra que serviram então? Sem saber se voltarei… Sem saber onde exatamente chegarei. Estarei pronto, de peito aberto? Somente eu e minha confiança no criador?
Terei que ter coragem…
Terei que ter humildade…
Saberei que nada sei, que nada sabia afinal…
Terei que ser cercado de todo amor que tive oportunidade de conhecer
Todo Amor que me renovou e me fortaleceu para seguir em frente nessa jornada
Todo Amor que me trouxe compreensão e solidariedade com todos que comigo estiveram no mesmo barco.
Terei desenvolvido a capacidade de ver quem sou e onde me encontro?
Mar adentro, com todas as minhas vivências
Mar profundo, com meus medos e tristezas
Mar pesado, com minhas culpas e condenações
Mar alto, afastado da costa, livre e pleno
E mesmo cercado de tanto Mar, por todas as direções
Não poderei permitir que a água tome conta, que minha embarcação afunde.
Permanecerei na barca
Pois chegarei em novas terras para novos desafios e inacreditáveis aventuras.
“Imagine que você está à beira-mar e vê um navio partindo.
Você fica olhando, enquanto ele vai se afastando, cada vez mais longe, até que finalmente aparece apenas um ponto no horizonte. Lá o mar e o céu se encontram. E você diz: “Pronto, ele se foi”.
Foi aonde? Foi a um lugar que a sua visão não alcança, só isso.
Ele continua tão grande, tão bonito e tão imponente como era quando estava perto de você.
A dimensão diminuída está em você, não nele.
E naquele momento em que você está dizendo: “Ele se foi”
Há outros olhos vendo-o aproximar-se e outras vozes exclamando com alegria:
“Ele está chegando”.
Henry Sobel