O Surfista e o Trader

Dia de sol, céu limpo, vento terral, ondas perfeitas. Cenário ideal para o surf.
Mas o que isso teria a ver com o trader e o mercado financeiro?
À primeira vista, nada. Porém, existe um ponto fundamental em comum: a postura mental diante do risco e da incerteza.
Assim como o surfista não entra no mar sem antes observar as condições envolvidas no surf, o trader também inicia o dia analisando o seu ambiente.
Ele avalia o “clima” do mercado, como estão os indicadores, as notícias e os humores dos investidores.
Estuda as ondulações para definir quais ativos oferecem boas oportunidades e em que prazos.
Mapeia os melhores pontos de entrada e onde vale a pena assumir posição. Confere se está com equipamento adequado, o tamanho da posição (o “tamanho da mão”), ou a prancha certa para encarar as ondas, para o surfista. Define a estratégia de como vai conduzir cada operação, respeitando limites e os objetivos.
Essa preparação se torna obrigatória para buscar consistência, eficiência e resultados positivos.

No surf, saber até onde aproveitar uma onda é tão importante quanto saber a hora de sair.  No mercado, definir com sabedoria o stop loss protege contra perdas maiores.   Em ambos os casos, é o limite da saída que garante a sobrevivência no longo prazo.
O mercado financeiro é por definição, um mercado de risco. Maior exposição pode significar ganhos expressivos, mas também perdas devastadoras.
Mas o surf também não segue a mesma lógica?    Quanto mais desafiadora a onda, maior a recompensa… e maior a chance de uma vaca memorável.

Essa metáfora pode se estender para a vida.
Ao sair da porta de casa, já estamos expostos ao imprevisível. Podemos vivenciar situações excelentes, e talvez outras desagradáveis. Ao nos relacionarmos, temos a chance de encontrar alguém interessante ou nos machucarmos no processo.
Em cada decisão, estamos buscando o equilíbrio entre risco e retorno.
A questão não é eliminar o risco, mas refinar nossos critérios para enfrentá-lo com sabedoria.
Porque o surfista que nunca se joga, o trader que nunca entra, o homem que nunca se arrisca… todos acabam reféns da própria insegurança.
E no fundo, não viver ainda é o maior risco de todos.

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